quinta-feira, março 24, 2011

segunda-feira, março 07, 2011

Primeira Pessoa Do Verbo Amar





Resolvi escrever um texto na primeira pessoa, resolvi falar de nós, e isso é fácil, eu sou você, eu sou sempre nós.
Eu resolvi escrever para a primeira pessoa, para o olhar mais doce que vejo, para os gestos mais singelos que tentarei descrever, falar de momentos vividos, mais nem sei se falarei no tempo certo.E sem medo irei revelar meu egoísmo, meu apego, meu desejo.Sei lá! Sei que vou lembrar:
Daquele dia que o carro parecia um grande baile, nem me lembro onde estava a minha perna, ri tanto que senti dor na barriga, falo até hoje disso.
E quando damos risadas, fazemos tudo que um adulto tem vergonha, ai ela a “primeira pessoa”, com seu verbo encantador se fazia presente, saia de sua capa protetora e se tornava grande, alias minto! Acho que ela deve ter nascido grande, não me lembro de vê-la pequena, ou ser diminuída por algum defeito que aqui já foi pandemia.
E as fofocas, vi ela parar o carro, e falar em alto e bom som, -liga pra Ana quero saber, ninguém desce, desculpe jamais vou descer!
Ficamos ali, pernas nos braços, e os braços, sei lá! Sei que deveria ter apertado pause, fui bobo não ouvi o poeta que me dizia, viva mais e mais a mesma pessoa.
E sua face que transparece a paz esconde a mais feroz criatura, aquela que conquista, aquela que diverte, aquela enigmática expressão que se perdeu quando ninguém estava olhando.
E quando rolava a aquela nossa vaca comunitária, ele vinha com seu passo lento, sua cabeça em decadência, apenas 40 centavos, mas sem saber nos deu coisas que nem um dindi compra.Nos ensinou que em um carro cabe 10 12, 13, e não importa se isso vai fazê-lo decair na primeira subida, não se importava que aquele carro velho nos levasse a sua mais secreta vida, ali rolou cada papo que nem posso falar aqui, mais nos sabemos. Eu sei e agradeço a deus por saber!
E nas noites de quinta! A ultima a acabar de lanchar, a primeira a reclamar do preço, e interrogada pelo mais terrível monstro soltava seu bordão –é complicado né gente!
Sei que muitos não vão entender, e vão questionar o porque destas palavras e dirão:
-ela sempre estará com vocês, ela não vai morrer, ela só vai dobrar a esquina!
Bobos ainda não entenderam que sou como um fazendeiro que marca seu boi, não por medo de perdê-lo, mais pra dizer que ele é meu, e se ele romper o limite daquela porteira ali, meu egoísmo vai escorrer pelos meus olhos, o medo dele se perder não faz com que me esqueça à marca que já rabisca sua pele.Agora ela vai começar em outra fase, e mesmo que você diga, ela não vai sumir, desculpa! Ainda não aprendi a amar um dia na semana, ainda me apego nesses meus apegos.
Como ser normal agora, como ser um padrão agora, deus nos uniu e seu eu não amasse tanto essa minha farda branca saia correndo com você.
E nessa loucura que represento, ficará sempre a figura de uma família que somos, e sei que quando você estiver em outro manicômio, e ver que nem todos os loucos tem graça sentirá falta de sua casa, não se esqueça que você tem a chave, pode entrar.
Seu sorriso falso foi minha alegria, seu silencio foi tão falso que pude ouvi-lo.
Sua inteligência me fez sentir que sou o burro mais feliz, agora posso roubar seu lugar?
Posso ser agora o maior fofoqueiro, posso ser seu amigo só ate amanhã, e renovarei só amanhã.
Cantei com você a canção que vou cantar semana que vem com você de novo!Quero apenas dizer que espero está sempre do seu lado, quero descobrir defeitos que ainda desconheço, conhecer todos os dias qualidades que há tempo conheço.
Eu e você construímos tudo isso,
Eu te achava autista, eu te achei a linda,
Eu te achei estranha, eu achei de cara que seria sua amiga,
Eu te achei com a cara de pobre, eu te achei fofa,
Eu te acho “pão dura”, eu te acho uma me menina especial.
Eu te acho inteligente, eu te acho muito sonsa.
Eu te acho responsável, eu te acho decidida.
Eu te acho bondosa, eu te acho dentro de meus pensamentos.


E em sua nova gaiola, cante a todos a canção que você aprendeu aqui, e não tente encontrar seus ilustres amigos em outros rostos, você sabe aonde vamos está!Talvez a tua espera!
Vamos nos revolta juntos, mesmo você não estando ali na primeira fila,
Vamos dar risada de você em nossos intervalos mesmo sem tua presença,
Vamos sentar, e falar mal de você,
Vamos imitar o seu jeito de andar,
Vamos imitar o seu jeito de estudar,
Vamos imitar você, e todas as suas conjugações.

E saiba que será muito doloroso olhar pra sua cadeira e vê-la vazia, não deixarei ninguém sentar ali, pois quando eu fechar os olhos em uma aula, sentirei você me motivando.
Eu que me chamo família, eu que me escondo atrás de um curso, eu que sou e fui a maior alegria de certos jovens, ficarei com um vazio, mas a eternidade que Deus tatuou em nossos peitos, vai fazer ainda que muitas palavras parecidas transbordem entre nossos lábios.
Seremos sempre amigos, irmãos, e só lamento pelas minhas noites sem você, mais sei que terei toda a vida ao seu lado, queria te dar o mundo, queria te dar um presente que você nunca se esquecesse, ai eu que finjo ser um, e sou tantos, faço essa humilde lembrança.
Você, minha primeira pessoa, do verbo sonha, segue segura de toda nossa amizade e não se esqueça de que o maior presente que nos te demos, foi um mutuado de palavras de amor, que se repetirá amanhã.

Da família biomed!